por Thiago Gladys*
Após anos de sucateamento da universidade pública, a UFRN vive um novo momento em sua história e os estudantes precisam ter voz ativa nesse processo. Quem viveu os anos de apatia no nosso desenvolvimento, sabe que é preciso muita organização, iniciativa e unidade do movimento estudantil para aprofundar as transformações. Não queremos retrocesso, mas uma universidade à altura do desafio que os avanços do nosso Estado e do nosso país exigem.
Constantemente, setores da imprensa, e segmentos incapazes de compreender a dinâmica da vida política do país, relembram a década de 1960 como um período auge na política nacional, tendo à frente os estudantes e suas bandeiras de luta cativantes, mobilizadoras e de grande amplitude. Mas que por sua vez, atualmente, identificam morbidez e incapacidade de acumularmos forças para conquistas maiores.
Sabemos que, no fundo, essa gente torce mesmo por essa tal “morbidez”. Não seriam eles capazes de enxergar as recentes jornadas de luta em defesa do investimento de 50% dos recursos do pré-sal para a educação? Ou então os fóruns de estudantes universitários que reúnem milhares em importantes espaços de elaboração e discussão sobre nosso futuro?
Apatia não é e nunca foi uma característica nossa. Somos herdeiros de gerações de estudantes universitários que deram o melhor de sua juventude por um Brasil melhor. Gerações que hoje podem olhar o país do presente e ter orgulho de poder se expressar e de defender concepções distintas que, respeitadas, formam a nação plural, mas una, que nos tornamos.
Ao contrário do que vem acontecendo nos últimos anos, compreendemos que o Diretório Central dos Estudantes (DCE) deve estar em forte sintonia com as necessidades e aspirações dos estudantes da UFRN. Não é de hoje que as eleições para a nossa entidade contam com participação muito aquém do seu potencial. Identificamos nisso um problema de concepção e de gestão. Preocupa-nos que essa tendência se manifeste em um descrédito sobre o papel do DCE, e em uma participação cada vez menor de estudantes no cotidiano da universidade.
Acredito que as diferentes tendências – desde as partidárias às apartidárias – devem ser respeitadas em suas oportunidades de expressão e decisão. Não podemos tolher essa liberdade que, em última instância, acaba afastando segmentos que podem e devem contribuir para que tenhamos força suficiente para fazer valer as nossas reivindicações.
Ser novidade significa estar atento às diferentes manifestações presentes na nossa universidade. Como estudante do Cefet e tendo participado do Grêmio Estudantil, aprendi a dar grande importância às manifestações artísticas, culturais, religiosas e políticas. Para mim, são memoráveis as passeatas contra o reajuste das tarifas de transporte, no ano de 2005. Há quem diga: “mas lá os estudantes têm tradição”. Quem afirma isso, não sabe que, para nascer essa tradição, inúmeras direções se esforçaram para criar uma história vitoriosa, e é isso que queremos para a UFRN.
Movimento estudantil tem para nós, portanto, significado mais amplo. Precisamos entendê-lo como expressão não somente da nossa vontade, mas da vontade e do entendimento mais amplo das idéias e desejos dos estudantes. Ou seja, é preciso que o DCE tenha viés que supere o binômio cursinho e política. Queremos mais. Queremos festivais de cultura, valorizando os grupos artísticos e de música presentes na universidade, queremos que o processo de conhecimento seja valorizado, e que esteja interligado com nossas aspirações profissionais.
Até o dia 26 de maio, não somente eu, mas toda a chapa terá oportunidade através do site www.anovidadechapa4.blogspot.com de expressar opiniões que possam interagir com a comunidade estudantil. Essas idéias, mais do que lidas e interpretadas, são importantes para que possamos dar o nosso recado.
A eleição para o DCE não é somente uma eleição, mas uma verdadeira oportunidade de dinamizarmos nossa entidade, acabarmos com a apatia e eleger uma galera nova com capacidade de dar vida ao debate de idéias e com atitudes que nós queremos ver no Diretório Central dos Estudantes. Aceite nosso convite e venha caminhar conosco. Vai nascer um novo DCE.
* Thiago Gladys é candidato a coordenador geral pela chapa 4 - A Novidade Pede Passagem
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